1.1 - ORIGENS E CAUSAS
Após o descobrimento do Brasil, o governo português preocupou-se em formar núcleos de povoação com elementos capazes, não só de ocupar as terras, mas também de desenvolver suas potencialidades econômicas.
Entretanto, a diminuta população existente era insuficiente frente à extensão do território a ser ocupado. Esse problema levou Portugal a promover e estimular a vinda de agricultores, com predominância de origem açoriana para se radicarem, com suas famílias, no sul do Brasil.
Os açorianos aqui chegando, trabalharam a terra por algum tempo, mas alguns fatores levaram-os a trocar a atividade agrícola pela pecuária.
Entre as causas da mudança dos hábitos da mudança de trabalho desses imigrantes, situam-se as constantes disputas territoriais com os espanhóis, que os envolvia, afastando-os das lavouras, que muitas vezes eram arrasados nos conflitos.
A atividade pecuária propiciava mais segurança, pois o gado podia ser preservado, escondido nos matos, além de exigir um trabalho mais fácil de conciliar com as freqüentes saídas dos homens para as guerras, em que disputavam os limites fronteiriços.
Outro fator, que os levou à mudança de atividades, foram algumas pragas que atacavam as plantações, como por exemplo, a ferrugem no trigo, cujo problema não conseguiam resolver.
Desde a vinda da Família Real para o Brasil, até a Independência, várias experiências realizadas, reforçando a idéia de que a ocupação territorial e o desenvolvimento deveriam acontecer pela introdução sistemática de imigrantes europeus como colonos. Abriu-se, então, a oportunidade para elementos de outras nacionalidades, deixando de ser privilégio dos de origem lusitana.
O interesse do governo imperial em recrutar colonos europeus encontrou, junto aos mesmos, pronta aceitação.
Era tão árdua a luta pela sobrevivência em seus países de origem que os europeus acederam com facilidade à idéia de se deslocarem para o novo continente.
As dificuldades que enfrentavam eram reflexo das guerras e da readaptação às profundas modificações sociais e econômicas provocadas pela Revolução Industrial.
1.2 - A IMIGRAÇÃO ALEMÃ
Os primeiros imigrantes chegaram a Porto Alegre, no Bergantim Protetor, a 18 de julho de 1824. No dia 25 de julho desembarcaram na feitoria, Colônia Alemã de São Leopoldo, em homenagem à Imperatriz Dona Leopoldina. Eram 38 pessoas. Chegando mais um grupo em novembro do mesmo ano, o número de imigrantes elevou-se a 124 pessoas. Entre essas havia um ministro evangélico, dois médicos, um farmacêutico, dois comerciários, um alfaiate, um sapateiro, quatro carpinteiros, um pedreiro, um pintor, um ferreiro, dois seleiros, dois canoeiros, um empregado em indústria de papel, um joalheiro, dois jardineiros e dezesseis agricultores (Rambo, 1956, p. 80).
Até a interrupção da imigração, pela suspensão de subsídios em 1830, haviam entrado 4456 imigrantes, fundando, além de São Leopoldo, as localidades de São Pedro de Alcântara e Três Forquilhas, ambas situadas perto de Torres.
Com a Revolução Farroupilha (20 de setembro de 1835) muito sofreu a Colônia de São Leopoldo. Dividida internamente, farroupilhas uns, legalistas outros, ocupados ora por um ora por outros, por diversas vezes pagou pesado tributo de sangue e de bens materiais, ficando quase arrasada. Mal, porém, restabelecida a ordem retomou o caminho do desenvolvimento, e, em 1843, o então Barão de Caxias escrevia: a Colônia de São Leopoldo dera em produções territoriais, artefatos etc., a espantosa soma de 311.320$896 (Porto, 1934, p. 139).
Logo terminada a Revolução recomeçou a imigração. Estando já ocupados os arredores de São Leopoldo os imigrantes começaram o avanço pela costa da Serra ocupando os Vales do Caí, do Taquari e do Jacuí. Em 1848 a província recebeu um lote de terras para colonizar; surgiu assim Santa Cruz (19 de dezembro 1849). Até essa data a colonização fora controlada unicamente pelo governo central. Começou também a colonização particular. Latifundiários, lindeiros, com as zonas de imigração, julgaram bom negócio vender suas terras aos colonos. Sistema que o próprio Estado, mais tarde, adotou, regulando-o com a Lei n° 304 de 30 de novembro de 1854. Foram particulares as fundações de Mundo Novo (1846, hoje Taquari), Sapiranga, São Sebastião do Caí, Bom Princípio, Pareci, Harmonia, Tupandi, Estrela, Lajeado, Conventos, Mariante, Venâncio Aires e São Lourenço. A província também continuava colonizando, surgindo por sua obra, além de Santa Cruz, Venâncio Aires, Santo Ângelo (hoje Agudo), Nova Petrópolis, Monte Alverne, D. Feliciano etc.
1.3 - A COLÔNIA DE SÃO LOURENÇO
A chegada de imigrantes alemães e pomeranos em São Lourenço do Sul - Pelotas/RS, começou 34 anos após o início da imigração alemã no Rio Grande do Sul, Colônia de São Leopoldo.
A Colônia São Lourenço foi fundada em 1858 por Jacob Rheingantz na Serra de Tapes no então Município de Pelotas no Rio Grande do Sul. A primeira leva possuía 88 imigrantes vindos no navio holandês Twee Vieden.
Durante o período de colonização alemã no Brasil várias colônias foram fundadas por iniciativa privada - algumas tinham motivação idealista, mas a maioria tinha essencialmente interesse econômico. Estas colônias privadas, entre elas Blumenau, Joinvile (da firma Hamburguer Kolonisationsverein), Taquara (da Monteiro & Ring), Soledade (da Conde de Montravel), após alguns anos de administração tiveram que ser socorridos e encampadas pelo governo. A Colônia de São Lourenço por outro lado permaneceu privada até ser emancipada e transformada em município - graças à liderança de Rheingantz.
Em 1877, ano da morte de Rheingantz a Colônia já tinha um total de 52000 hectares e mais de 6000 moradores entre imigrantes e descendentes.
Das 3185 famílias que entraram no Rio Grande do Sul, a maior parte no século passado, 1186 vinham da Alemanha setentrional (Pomerânia, Baixa Saxônia e Westfália) e 1509 da Alemanha Ocidental (Renânia, Palatinado e Hesse).
Na listagem dos primeiros colonos assentados pela iniciativa de Jacob Rheingantz e aqui chegados em 18 de janeiro de 1858, observa-se a presença de elementos procedentes de Altona, Hannover, Prússia, Saxônia, Hamburgo, Holstein, România, Osterfeld, Lubeck e da Pomerânia.
Dessa última região vieram os casais Gottlieb Heling com 3 filhos, Wilhelm Zíbell com 1 filho e Johann Zíbell com 5 filhos, que deram a origem á comunidade pomerana inserida nesse núcleo de colonização.
Além de São Lourenço do Sul e Pelotas os pomeranos formaram núcleos em São Leopoldo/RS, nos Estados do Espírito Santo e em Santa Catarina.
Entretanto, por estarem em uma região de predominância luso-brasileira, os pomeranos de Pelotas - São Lourenço do Sul, talvez sejam os que mais conseguiram manter suas tradições, por queSul, talvez sejam os que mais conseguiram manter suas tradiçgantz e aqui chegados em 18 de janeiro de 1858, observa-que fecharam-se fortemente em suas comunidades, cristalizando sua cultura com menor influência de outras etnias.
A partir de 1859 começou a diminuir a imigração alemã. Isso em decorrência da lei von der Heydt, que proibiu em toda a Prússia a propaganda para a imigração destinada ao Brasil. Motivou essa lei as queixas dos colonos de parceria nos cafezais de São Paulo que suportaram trabalhar junto com escravos e muito menos ser tratados como escravos. Essa lei vigorou em toda a Alemanha a partir de sua unificação em 1871, sendo revogada, tão somente para os três estados meridionais do Brasil, em 1896.
Mas, se diminuía a imigração externa, internamente a migração intensificou-se.
A maioria das famílias chegavam sem nenhum dinheiro e tinham que aceitar porções de terra menores. Assim, nos lotes mínimos, que correspondiam à meia colônia, ficavam os colonos mais pobres e muitas viúvas que vieram com seus filhos.
As famílias que traziam algum dinheiro adquiriam ao invés de uma colônia, duas grandes.
Foram, desse modo, formadas as comunidades de Picada Moinhos, Boa Vista, Bom Jesus, São João da Reserva, hoje Município de São Lourenço do Sul.
Para famílias numerosas de 10 ou mais filhos, o lote inicial torna-se logo insuficiente. A conseqüente subdivisão das primitivas áreas de plantação. O empobrecimento das terras causadas pela não utilização de técnicas adequadas de plantio. O desejo de propriedade e, por serem mais baratas as terras novas, para lá que se dirigiam as gerações novas, tanto de alemães como de italianos, ocupando aos poucos com florescentes cidades, toda a mata do Alto Uruguai.
Durante 32 anos vieram imigrantes, que ocuparam a metade da gleba destinada à colonização, a outra metade foi ocupada pela descendência dos primeiros colonos, tanto dos pomeranos como das demais etnias.
Após o descobrimento do Brasil, o governo português preocupou-se em formar núcleos de povoação com elementos capazes, não só de ocupar as terras, mas também de desenvolver suas potencialidades econômicas.
Entretanto, a diminuta população existente era insuficiente frente à extensão do território a ser ocupado. Esse problema levou Portugal a promover e estimular a vinda de agricultores, com predominância de origem açoriana para se radicarem, com suas famílias, no sul do Brasil.
Os açorianos aqui chegando, trabalharam a terra por algum tempo, mas alguns fatores levaram-os a trocar a atividade agrícola pela pecuária.
Entre as causas da mudança dos hábitos da mudança de trabalho desses imigrantes, situam-se as constantes disputas territoriais com os espanhóis, que os envolvia, afastando-os das lavouras, que muitas vezes eram arrasados nos conflitos.
A atividade pecuária propiciava mais segurança, pois o gado podia ser preservado, escondido nos matos, além de exigir um trabalho mais fácil de conciliar com as freqüentes saídas dos homens para as guerras, em que disputavam os limites fronteiriços.
Outro fator, que os levou à mudança de atividades, foram algumas pragas que atacavam as plantações, como por exemplo, a ferrugem no trigo, cujo problema não conseguiam resolver.
Desde a vinda da Família Real para o Brasil, até a Independência, várias experiências realizadas, reforçando a idéia de que a ocupação territorial e o desenvolvimento deveriam acontecer pela introdução sistemática de imigrantes europeus como colonos. Abriu-se, então, a oportunidade para elementos de outras nacionalidades, deixando de ser privilégio dos de origem lusitana.
O interesse do governo imperial em recrutar colonos europeus encontrou, junto aos mesmos, pronta aceitação.
Era tão árdua a luta pela sobrevivência em seus países de origem que os europeus acederam com facilidade à idéia de se deslocarem para o novo continente.
As dificuldades que enfrentavam eram reflexo das guerras e da readaptação às profundas modificações sociais e econômicas provocadas pela Revolução Industrial.
Até a interrupção da imigração, pela suspensão de subsídios em 1830, haviam entrado 4456 imigrantes, fundando, além de São Leopoldo, as localidades de São Pedro de Alcântara e Três Forquilhas, ambas situadas perto de Torres.
Logo terminada a Revolução recomeçou a imigração. Estando já ocupados os arredores de São Leopoldo os imigrantes começaram o avanço pela costa da Serra ocupando os Vales do Caí, do Taquari e do Jacuí. Em 1848 a província recebeu um lote de terras para colonizar; surgiu assim Santa Cruz (19 de dezembro 1849). Até essa data a colonização fora controlada unicamente pelo governo central. Começou também a colonização particular. Latifundiários, lindeiros, com as zonas de imigração, julgaram bom negócio vender suas terras aos colonos. Sistema que o próprio Estado, mais tarde, adotou, regulando-o com a Lei n° 304 de 30 de novembro de 1854. Foram particulares as fundações de Mundo Novo (1846, hoje Taquari), Sapiranga, São Sebastião do Caí, Bom Princípio, Pareci, Harmonia, Tupandi, Estrela, Lajeado, Conventos, Mariante, Venâncio Aires e São Lourenço. A província também continuava colonizando, surgindo por sua obra, além de Santa Cruz, Venâncio Aires, Santo Ângelo (hoje Agudo), Nova Petrópolis, Monte Alverne, D. Feliciano etc.
A Colônia São Lourenço foi fundada em 1858 por Jacob Rheingantz na Serra de Tapes no então Município de Pelotas no Rio Grande do Sul. A primeira leva possuía 88 imigrantes vindos no navio holandês Twee Vieden.
Durante o período de colonização alemã no Brasil várias colônias foram fundadas por iniciativa privada - algumas tinham motivação idealista, mas a maioria tinha essencialmente interesse econômico. Estas colônias privadas, entre elas Blumenau, Joinvile (da firma Hamburguer Kolonisationsverein), Taquara (da Monteiro & Ring), Soledade (da Conde de Montravel), após alguns anos de administração tiveram que ser socorridos e encampadas pelo governo. A Colônia de São Lourenço por outro lado permaneceu privada até ser emancipada e transformada em município - graças à liderança de Rheingantz.
Em 1877, ano da morte de Rheingantz a Colônia já tinha um total de 52000 hectares e mais de 6000 moradores entre imigrantes e descendentes.
Das 3185 famílias que entraram no Rio Grande do Sul, a maior parte no século passado, 1186 vinham da Alemanha setentrional (Pomerânia, Baixa Saxônia e Westfália) e 1509 da Alemanha Ocidental (Renânia, Palatinado e Hesse).
Na listagem dos primeiros colonos assentados pela iniciativa de Jacob Rheingantz e aqui chegados em 18 de janeiro de 1858, observa-se a presença de elementos procedentes de Altona, Hannover, Prússia, Saxônia, Hamburgo, Holstein, România, Osterfeld, Lubeck e da Pomerânia.
Dessa última região vieram os casais Gottlieb Heling com 3 filhos, Wilhelm Zíbell com 1 filho e Johann Zíbell com 5 filhos, que deram a origem á comunidade pomerana inserida nesse núcleo de colonização.
Além de São Lourenço do Sul e Pelotas os pomeranos formaram núcleos em São Leopoldo/RS, nos Estados do Espírito Santo e em Santa Catarina.
Entretanto, por estarem em uma região de predominância luso-brasileira, os pomeranos de Pelotas - São Lourenço do Sul, talvez sejam os que mais conseguiram manter suas tradições, por queSul, talvez sejam os que mais conseguiram manter suas tradiçgantz e aqui chegados em 18 de janeiro de 1858, observa-que fecharam-se fortemente em suas comunidades, cristalizando sua cultura com menor influência de outras etnias.
A partir de 1859 começou a diminuir a imigração alemã. Isso em decorrência da lei von der Heydt, que proibiu em toda a Prússia a propaganda para a imigração destinada ao Brasil. Motivou essa lei as queixas dos colonos de parceria nos cafezais de São Paulo que suportaram trabalhar junto com escravos e muito menos ser tratados como escravos. Essa lei vigorou em toda a Alemanha a partir de sua unificação em 1871, sendo revogada, tão somente para os três estados meridionais do Brasil, em 1896.
Mas, se diminuía a imigração externa, internamente a migração intensificou-se.
A maioria das famílias chegavam sem nenhum dinheiro e tinham que aceitar porções de terra menores. Assim, nos lotes mínimos, que correspondiam à meia colônia, ficavam os colonos mais pobres e muitas viúvas que vieram com seus filhos.
As famílias que traziam algum dinheiro adquiriam ao invés de uma colônia, duas grandes.
Foram, desse modo, formadas as comunidades de Picada Moinhos, Boa Vista, Bom Jesus, São João da Reserva, hoje Município de São Lourenço do Sul.
Para famílias numerosas de 10 ou mais filhos, o lote inicial torna-se logo insuficiente. A conseqüente subdivisão das primitivas áreas de plantação. O empobrecimento das terras causadas pela não utilização de técnicas adequadas de plantio. O desejo de propriedade e, por serem mais baratas as terras novas, para lá que se dirigiam as gerações novas, tanto de alemães como de italianos, ocupando aos poucos com florescentes cidades, toda a mata do Alto Uruguai.
Durante 32 anos vieram imigrantes, que ocuparam a metade da gleba destinada à colonização, a outra metade foi ocupada pela descendência dos primeiros colonos, tanto dos pomeranos como das demais etnias.